O SENHOR DA HISTÓRIA

Postado em 11 de fevereiro de 2019 por

Categorias: Pregações


Pr Luciano R. Peterlevitz – Igreja Batista Bela Vista, 03.02.2019

Apocalipse 5.1-14.

Introdução

Apocalipse foi escrito para mostrar o plano redentor de Deus revelado na história através de Jesus Cristo. É “revelação” (apocalipse) de Jesus Cristo (1.1).  Veja 1.4-8. O texto foi escrito por João, na ilha de Patmos (ilha no mar Egeu, situada a sudoeste de Eféso), em cerca de 95 d.C., no reinado de Domiciano, às sete igrejas da Asia Menor (1.4) que sofriam perseguição do império romano. Veja 1.9.

Apocalipse não é um livro de terror. É um livro pastoral.

Contexto de Ap 5. Esse capítulo precisa ser lido junto com Ap. 4.

João é convidado para o céu (4.1). Se olharmos para terra, veremos uma igreja perseguida e imperfeita (Ap 2 – 3). Mas é preciso elevar os olhos ao céu, onde Deus está sentado sobre o trono e reina soberanamente sobre a terra.

Em Apocalipse 4, João vê:

  • O trono de Deus (4.2);
  • E ao “redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro” (4.4). 24 anciãos: representam a totalidade do povo de Deus, os crentes do AT e do NT (12 patriarcas do AT + 12 apóstolos do NT).
  • E “no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás” (4.6), João vê 4 seres viventes: são anjos que representam o mundo criado por Deus. Celebram a santidade e a soberania de Deus (4.8).

Deus está no trono (Ap 4.2). De acordo com o Apocalipse, toda história está sob o controle de Deus. A história começou com o ato criador de Deus e terminará de acordo com a vontade de Deus.

Reconhecendo o Senhor da história: v.1-7

V.1: “aquele que estava assentado sobre o trono”: bela descrição do Senhor, o Soberano sobre a história. O trono do Universo não está vazio. Há “alguém assentado sobre ele” (Ap 4.2).

“um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos”. Os nobres da época escreviam em um livro sua vontade relacionada às suas heranças; o livro era lacrado na presença de sete testemunhas, e era aberto após a morte do testador, e aquilo que nele estava escrito era cumprido à risca. Aqui em Apocalipse, o livro (ou “rolo”) simboliza os planos de Deus, suas ações de juízo e salvação na história. O número sete é símbolo de completude e perfeição. O livro está completamente lacrado.

V.2-4: não havia ninguém capaz de abrir o livro e desatar os selos. João chorou, porque se o livro não fosse aberto, a história estaria à deriva como um barco sem leme. Se o livro não fosse aberto, os desígnios de Deus quanto à salvação do seu povo não poderiam ser revelados e executados. O ser humano estaria sozinho, fadado ao fracasso. O destino seria o caos.

“A crise de João é a crise de impotência de todos nós” (Hernandes Dias Lopes).

V.5: resposta confortadora. “Não chores”. O livro poderá ser aberto pelo Leão da tribo de Judá. A expressão “Leão da tribo de Judá” evoca uma antiga promessa: “o cetro não se arredará de Judá” (Gn 49.9-10). Davi reinou em Judá. Eo Messias procede de Judá, por isso, é chamado de “Raiz de Davi”: o Messias originou-se da descendência de Davi (Is 11.1).

O Leão da tribo de Judá venceu (Jo 12.31; 16.33; Cl 2.15). A obra de Cristo decretou a derrota de Satanás. Com sua vitória, Cristo pode “abrir o livro e os seus sete selos”, e levar a história ao seu pleno cumprimento. Só Cristo conhece o conteúdo dos propósitos de Deus, e só Ele pode levar a efeito o plano da salvação planejado por Deus.

V.6: A autoridade do Cordeiro: “no meio do trono”. A morte do Cordeiro: “como tendo sido morto”. A ação do Cordeiro: “de pé”. Ele foi morto, mas está de pé.

O Cordeiro tem “sete chifres e sete olhos”. O número “sete” indica plenitude. A onipotência do Cordeiro: “sete chifres”. O chifres simbolizam o poder de Cristo.

Onisciência do Cordeiro através do Espírito Santo: “cheio de olhos, que são os sete Espíritos”: o poder pleno do Espírito Santo através do Messias (Is 11.2; veja Jo 14.16-18, 26).  A soberania do Cordeiro: “tomou o livro” (v.7). A história está nas mãos de Jesus, o criador, sustentador e redentor.

Cristo é Cordeiro, mas também é Leão. Ele foi à cruz como um cordeiro, mudo. Mas após a ressurreição rugiu como o Leão. O Cordeiro é Soberano sobre a história.

Essa é a primeira grande lição que aprendemos em Apocalipse 5: precisamos reconhecer quem é o Senhor da história. Quando descansamos nas mãos do Deus Soberano, temos consolo e paz.

Os que rejeitam Cristo, não tem esperança, e não sabem o que lhes acontecerá no dia de amanhã. Passa-lhes um frio na barriga, ao pensar na morte ou em doenças. E se eu ficar doente? E se eu perder o emprego? E se eu perder um ente querido?

Mas, para você que crê no Cordeiro, há uma voz que diz: “não chores”. Deus está no trono. A história é dirigida pelo Cordeiro que foi morto por você. Romanos 8.32: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”.

Adorando o Senhor da história: v.8-14

V.8: “prostraram-se diante do Cordeiro”. Os anjos e a igreja adoram o Cordeiro. “taças de ouro de incenso, que são as orações dos santos”. A nossa oração sobe ao Senhor como um incenso de cheiro suave (Sl 141.2; Lc 1.9-10). 

Orar é falar com o Senhor da história.

O desenvolvimento da adoração:

Em uníssimo, o quarteto e o coro dos anciãos, entoam o novo cântico: v.9-10. O “novo cântico” (v.9) exalta o Deus Redentor.

Um coro majestoso de anjos exaltam o Cordeiro que foi morto: v.11-12.

O clímax dessa visão de João está no verso 13: todas as criaturas adoram o Deus Redentor. 

Por fim, há o “Amém”, da boca do quarteto: 5.14. A cena final são os anciãos prostrados diante do trono do Senhor da história.

Somos convidados para nos prostrarmos diante Daquele que é Senhor sobre todas as nações e sobre toda a história da humanidade.

Não somos senhores da história da nossa vida. A adoração é a declaração de quem é o verdadeiro Senhor. Não podemos controlar a história das nossas vidas. O que nos resta é a adoração ao Senhor da história.

Fomos comprados pelo sangue do Cordeiro. Através do sangue do Cordeiro fomos constituídos sacerdócio real. Temos livre acesso ao trono de Deus por causa do sacrífico do Cordeiro de Deus. A graça de Deus se manifestou sobre nós. Por isso, não fique de pé. Não se recuse a adorar Àquele que está assentado sobre o trono e o Cordeiro. Diante do trono, só o Cordeiro fica em pé. Você precisa estar prostrado, e unir sua voz à voz dos anjos, dizendo: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.”

Pense nisso quando você estiver indisposto para celebrar ao Senhor, que é tudo em todos, e tudo fez pra te salvar. Cante o novo cântico!

Conclusão

Nos v.1-7, o Cordeiro se coloca de pé para abrir o livro e romper os seus selos; Ele exerce o domínio sobre a história. Nos 8-14, a criação se prostra diante do Deus Pai e do Cordeiro. Quando o Cordeiro se levante, a criação se prostra. Ninguém pode contemplar a grandeza de Deus sem se prostrar diante Dele.

Reconheçamos o Senhor da história.

Adoremos o Senhor da história.

A despeito da fúria de Satanás, do caos do mundo, a história tem sentido. Porque Deus é Senhor sobre a história.

Duas aplicações finais:

1)      Você que já conhece o Cordeiro. Você pode chorar, em virtude de perdas e provações. Mas jamais será um choro de desesperança. Em alguns momentos, estará estar abatidos, mas jamais desesperado. Se você foi lavado pelo sangue do Cordeiro, Deus jamais permitirá que você chore um choro de desespero. Então, não meça esforço para adorar ao Senhor. O Cordeiro morreu por você, te constituiu como sacerdócio real. Agora, viva sua vida para glória de Deus e do Cordeiro.

2)      Você que não conhece o Cordeiro. A história da sua vida não terá sentido até que você entenda quem é o Senhor da história e creia verdadeiramente no Cordeiro de Deus que morreu por você. Renda-se hoje aos pés de Cristo, para que um dia Ele enxugue todas as suas lágrimas.