RESOLVENDO CONFLITOS, MANTENDO A UNIDADE

Postado em 11 de junho de 2025 por

Categorias: Pregações


Pr. Luciano R. Peterlevitz, PIB de Sumaré, 01/06/2025 (noite)

TEXTO: Atos 6.1-7

Introdução
A igreja recém-organizada estava crescendo, e inevitavelmente conflitos começaram a
surgir. Toda igreja (inclusive a igreja primitiva) tem problemas! É o que lemos em Atos
6.1. Definitivamente não existe igreja perfeita!
A narrativa de Atos 6.1-7 inicia-se relatando que “aumentava o número de discípulos”
(v.1) e termina com esta mesma nota (“o número dos discípulos amentava”, v.7).
Notemos a sequência da narrativa: o número de discípulos aumentava (v.1) – surge um
conflito (v.1) – o conflito é sabiamente resolvido e a unidade na igreja é mantida (v.2-6)
– o número de discípulos continua aumentando (v.7).
Ao lermos o v.7, podemos notar que a resolução do conflito evitou um desastre e
permitiu que a Palavra de Deus continuasse sendo propagada. Se o conflito não tivesse
sido sabiamente tratado, se os discípulos não tivessem preservado a unidade do Espírito,
possivelmente as palavras do v.7 teriam sido outras (do tipo: “A palavra de Deus parou
de crescer em Jerusalém e o número de discípulos diminuiu”).
Rixas e partidarismos no meio da igreja constroem muros entre o mundo e Cristo. João
17.21: “a fim de que todos sejam um. E como tu, ó Pai, estás em mim e eu em ti,
também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
“Na verdade, a reação de nossas igrejas ao conflito pode fazer toda a diferença para o
bloqueio ou a aceleração do nosso testemunho do evangelho” (Matt Smethurst).
Conflitos certamente surgirão dentro da igreja, mas é fundamental termos atitudes que
contribuem para unidade do Espírito. Efésios 4.3: “fazendo tudo para preservar a
unidade do Espírito no vínculo da paz.”
Em Atos 6, quais atitudes os apóstolos tiveram para que o conflito fosse resolvido?

Reconhecer qual é a prioridade do ministério da Palavra: v.2, 4
Satanás já havia realizado dois ataques à igreja: perseguição externa (4.1-22) e
corrupção moral dentro da igreja (5.1-11). Agora o diabo tenta uma terceira estratégia.
John Stott explica:
O ataque seguinte do Diabo foi o mais inteligente dos três. Tendo falhado em vencer a igreja
mediante a perseguição ou corrupção, ele agora tentava a distração. Se ele pudesse tornar os
apóstolos preocupados com administração social – algo que, apesar de ser essencial, não
consiste na vocação deles – talvez eles negligenciassem as responsabilidades outorgadas por
Deus de orar e pregar, e assim deixariam a igreja sem qualquer defesa contra a falsa doutrina.

A saúde e futuro da igreja depende da pregação genuína do evangelho, por isso os
pastores da igreja precisam se dedicar integralmente a esse árduo e valioso trabalho.

Envolver toda a igreja na resolução do problema: v.2-3
Toda a congregação foi convocada para participar na resolução do problema.
É fácil achar problema, o difícil e resolvê-lo. E tem gente que ama fazer dramas, ao
invés de procurar resolver o problema de forma criativa.
Qualquer tolo é capaz de achar os problemas, mas só os sábios conseguem resolvê-los.

Escolher as pessoas certas: v.3, 5
A igreja precisa escolher as pessoas certas para fazer as coisas certas no momento certo.
E as pessoas certas, aqui em Atos 6, são aquelas que apresentam essas qualidades:
“homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria” (v.3).
Outro ponto: os nomes apresentados no v.5 são gregos. Como alguém já disse, a
comunidade era de maioria judaica, mas escolheram homens de cultura grega, para
cuidar não somente das viúvas helenistas, mas também das viúvas dos hebreus.
Os discípulos hebreus valorizavam tanto a unidade da igreja que permitiram suas viúvas
serem cuidadas pelos homens de cultura grega.

Fizeram a divisão de trabalho
Os apóstolos se dedicariam à pregação e à oração (v.4), e aqueles encarregados de
servirem às mesas iriam se dedicar à distribuição dos alimentos.
Os apóstolos entenderam que a igreja seria bem mais servida (neste caso,
principalmente as viúvas) por meio da divisão de trabalho. Os apóstolos não delegaram
o serviço às mesas a outros irmãos por ele não ser importante e sim pelo fato de sê-lo.

Conclusão
A postura dos apóstolos e da igreja solucionou de forma criativa o conflito, e promoveu
a harmonia na igreja e a unidade do Espírito.
Como reagimos aos conflitos? Jogamos “lenha na fogueira” ou buscamos a solução do
problema sob a orientação do Espírito Santo?
Cuidado! A “unidade do Espírito” (Ef 4.3) é muito séria. Temos preservado essa
unidade? Destruir a unidade do Espírito é destruir a obra do Espírito!