O VIVER É CRISTO, E O MORRER É LUCRO

Postado em 23 de agosto de 2021 por

Categorias: Pregações

Pr Luciano R. Peterlevitz, Primeira Igreja Batista de Sumaré, 22/08/2021

TEXTO: Filipenses 1.19-24

Introdução

Você está preparado para a morte? Você tem certeza de que estará com Jesus após a morte?

Os antigos pastores puritanos diziam que uma das principais funções do pastor é preparar as pessoas para a morte: “Ele deve admoestá-las em tempo de saúde, para prepará-las para morte.”

Na verdade, na mensagem de hoje, não vamos falar sobre a morte, mas sim sobre o céu. Pois para o crente a morte não é fim, mas sim o início de uma nova vida no céu.

Muitas pessoas não gostam de falar sobre a morte e sobre o céu. Lamentavelmente a igreja atual foi profundamente influenciada pela filosofia existencialista. O existencialismo é uma filosofia que focaliza a existência humana, o ser humano, suas crises e experiências nesse mundo. Nos dias de hoje, quase não se ouve pregações sobre o céu, porque o que importa é a nossa vida aqui e agora.

Entretanto, precisamos falar sobre a segunda vinda de Cristo, morte, céu e inferno. Por uma razão muito simples: todo o Novo Testamento foi escrito sob a perspectiva escatológica (doutrina das últimas coisas).

Filipenses: o contexto

Paulo escreveu sua epístola aos filipenses por volta do ano 62 d. C., quando estava preso por causa do evangelho, possivelmente em Roma.

O apóstolo estava aguardando o seu julgamento. Naquele contexto, muitos cristãos estavam preocupados com Paulo. A questão era a seguinte: será que Paulo seria sentenciado à morte ou seria liberto?

A ardente expectativa e esperança: v.19-20

No v.19, Paulo manifesta a certeza da sua “salvação / libertação”, seja da prisão, seja da realidade atual (caso fosse morto). No v.20, ele fala da sua “intensa expectativa e esperança de que em nada serei decepcionado”. Ou seja, Paulo contava com a “súplica” dos irmãos e com “o socorro do Espírito de Jesus Cristo” (v.19), seja para ele ser livre daquela prisão, seja para ele ser livre desse mundo, se fosse morto. De qualquer maneira, sua esperança jamais seria frustrada. Cristo seria engradecido, seja em sua vida, seja em sua morte (v.20).

Será que temos essa mesma ardente expectativa e esperança?

Naquela situação em que Paulo aguardava o seu julgamento em Roma, muitos perguntavam: o que será dele? Como acabará esse processo?

“Afinal, todos nós aprendemos nos dias de uma enfermidade grave ou talvez também de um processo judicial que uma pergunta pode nos acossar incessantemente no coração e na mente: como tudo acabará?” (Comentário Esperança).

O apóstolo responde: “se eu for livre da prisão, minha expectativa e esperança não serão frustradas. Se eu morrer, minha expectativa e esperança também não serão frustradas, afinal vou estar com Jesus. De qualquer maneira eu sairei ganhando”. 

Muitas vezes achamos, equivocadamente, que só temos esperança se Deus curar ou se Ele conceder o livramento desejado. Mas, e se Ele não curar ou não livrar de algum mal, continuaremos tendo esperança? 

“Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1Co 15.19).

Venha o que vier, aconteça o que acontecer, o crente em Jesus sempre será mais do que vencedor.

Martyn Lloyd-Jones, o ilustre pregador galês, considerado o pastor mais influente do século 20, pouco antes morrer, disse à sua família: “Não orem mais por minha cura, não me detenham da glória”.

O morrer é lucro: v.21, 23

O v.21 resume todo o pensamento dos v.19-26:

“Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”.

Para Paulo, “a vida nesta terra era um meio de servir a Cristo, e a morte era o meio de estar com Cristo. Para o cristão, a morte se enquadra no lado positivo da contabilidade”. (R. C. Sproul).

O que é mais vantajoso: viver ou morrer? O senso comum diz: viver é melhor. Mas a Bíblia diz: viver é bom (viver para Cristo), mas o morrer é mais vantajoso ainda, porque ao morrer estaremos com Cristo.

Em outras palavras, o apóstolo dizia algo mais ou menos assim: “não sei o que eu prefiro: estar aqui nessa terra servindo a Cristo, ou partir e estar com Cristo – essa última opção é incomparavelmente melhor!.”

“Temos a tendência para ver a diferença entre a vida e morte como a diferença entre o bom e o mau, mas não era assim que o apóstolo a via. Ela via a diferença como entre o bom e o melhor.” (R. C. Sproul). Estar com Cristo “é incomparavelmente melhor”.

“Sabemos que, se esta nossa tenda, nossa casa terrena, for destruída, temos um edifício da parte de Deus, uma casa eterna no céu, não feita por mãos humanas.” (2Co 5.8).

Billy Graham dizia: “Um dia você vai ouvir que Billy Graham morreu. Não acredite nisto. Naquele dia eu estarei mais vivo do que nunca!”.

O que acontece com os crentes após a morte? A morte é o fim? É um sono? Não. Quando fecharmos os nossos olhos aqui nessa terra, estaremos imediatamente com Jesus para todo o sempre.

Só os crentes em Jesus é que têm essa certeza. Você tem essa certeza? 

O viver é Cristo: v.21-26

Voltemos nossos olhos agora para esta sentença: “Pois para mim o viver é Cristo” (v.21).

Paulo viveu cada minuto de sua vida para Cristo. No v.20, ele declara: “Cristo será engradecido no meu corpo”.

E quanto a nós? O nosso corpo (palavras e ações) glorificam a Cristo? O que temos buscado? A nossa glória pessoal ou a glória de Cristo?

Cristo é a razão da nossa vida?

Warren Wiersbe: “Até que uma pessoa esteja preparada para morrer, não estará preparada para viver”.Só está preparado para morrer quem encontrou a razão de viver.

Qual sua razão de viver?

Muitos dizem: “aproveita a vida ao máximo antes da morte”. Mas o que significa aproveitar a vida? Se não vivermos a vida de Cristo, nossa vida será fútil e sem sentido.

Se Deus hoje nos apresentasse duas opções: 1) estar com ele no céu; 2) continuar vivendo mais um tempo nessa terra. Provavelmente a maioria de nós escolheria a opção 2. Por quê? Para fazer uma viagem dos sonhos que ainda não foi feita? Para realizar algum projeto pessoal? Qual a razão da nossa vida?

O viver de Paulo estava direcionado para a obra de Cristo: ele queria viver nesse corpo para produzir frutos para o Senhor (v.22), para contribuir com a desenvolvimento da fé dos crentes (v.25), para levar os crentes a se orgulharem em Cristo (v.26).

Como estamos vivendo nossa vida aqui nessa terra? Temos feito a diferença aqui nesse mundo? Qual legado estamos deixando para as próximas gerações?

Conclusão

Precisamos encarar a morte para podermos viver a vida.

Viver é bom (entenda-se: viver para Cristo é bom). Mas estar com Cristo na eternidade, é melhor ainda.

Caro amigo, você tem a certeza de que estará com Jesus após sua morte? Ouça o que o diz uma parte do Hino do Cantor Cristão 259 “A última hora”:

Ao findar o labor desta vida,

Quando a morte a teu lado chegar,

Que destino há de ter a tua alma?

Qual será no futuro o teu lar?

Meu amigo, hoje tu tens a escolha:

Vida ou morte, qual vais aceitar?

Amanhã pode ser muito tarde,

Hoje Cristo te quer libertar.